Estamos todas inseridas no Clã das Cicatrizes.
Como fazer parte dessa teia feminina afeta a sua vida e a realização dos seus sonhos?
Hoje no Café com Tata Yaga você vai compreender o contexto de feridas sagradas e a lucidez de fazer parte do Clã das Cicatrizes!
Somos fruto da causa e efeito
Estamos todas inseridas no Clã das Cicatrizes.
Primeiramente como frutos da causa e efeito das más e boas experiências, do que somos, fomos e seremos. Em segundo, pela história feminina, a energética que corre em nossas veias e habita nossas células e a psique social.
Passamos, constantemente, por um processo de auto reciclagem a cada dia vivido. Em nosso caminho de autoconhecimento buscamos, incansavelmente, sermos melhores a cada e uma versão sempre melhorada de quem somos.
Mas, por vezes, nos tornamos impacientes, arrogantes.
Talvez, por todas as traições e decepções para com pessoas com as quais empenhamos confiança. Mas, também, por feridas sagradas que estão enraizadas no Clã das Cicatrizes.
No Clã das Cicatrizes nos encontramos com a esperança machucada.
Encontramos milhares de mulheres que como nós colocaram seus mantos de batalha e empunharam as suas espadas. Elas nos dão a esperança de seguirmos porque a energia feminina e nos confere o status de guerreiras.
Acima de tudo, nos agarrando ao Clã das Cicatrizes, seguimos anestesiadas pela antiga dor, clamando por um novo recomeço, clamando por felicidade.
Vamos seguindo nossa caminhada, como tantas outras mulheres, tentando retomar nosso espaço de direito.
As Mulheres Despertas
Até que um dia percebemos que tem gente realmente disposta a nos ajudar sem receber nada mais em troca com um único sorriso em suas faces agradecidas, um pagamento valioso para poucos, e superficial para muitos.
A mulher que com um sorriso no rosto estende sua mãe é aquela que empunha seu manto, porém tem consciência que seu Manto das Cicatrizes não a defini e sim a coloca onde quer estar hoje.
É uma mulher que quebrou o paradigma com a dor do Manto das Cicatrizes. Deixou para trás a falsa ilusão de que o manto confere a ela a força de uma guerreira ensanguentada e que precisa estar atenta para retirar a sua espada da bainha para a luta da vida.
Quando encontramos mulheres com a nova consciência, elas nos ensinam a olha ao longo da nossa jornada percebendo que existe gente disposta a nos amar sem intenção alguma de nos magoar, ou de se aproveitar negativamente de nós.
Percebemos que o mundo não é feito somente de pesares.
E só percebemos isso porque permitimos que a nossa percepção fosse ficando mais aguçada após recebermos as bênçãos dessas mulheres e, a partir daí recebemos que o viver vai muito além de das nossas mazelas.
Com a nova lucidez no Clã das Cicatrizes passamos a enxergar mais cores que são reverberadas pela nossa vontade de entrega ao outro, de entrega ao meio em que estamos, de entrega ao todo e que tudo que podemos permear reflete as cores que realmente temos e a luz que verdadeiramente somos.
Assim, como as mulheres que nos despertaram com seus novos olhares, renascemos Mulheres, Sacerdotisas, do Ar, do Fogo, da Água e da Terra
Porque assim o É e sempre será!
Nossa Natureza Sagrada
Compreender o Sagrado Feminino não é o mesmo conseguir viver de sua natureza de forma íntegra.
Somos seres em constante evolução, muitas de nós temos feridas sagradas que as vezes doem e sangram por muito tempo.
O Reencontro com o Poder Sagrado Feminino muitas vezes acontece quando a energia dessas feridas sagradas estão em jogo, quando vivenciamos as profundezas de nossa natureza e necessitamos exercitar o amor sem limites para conosco em nossa cura.
É a nossa natureza Sagrado Feminino que nos ajuda na libertação das feridas profundas, das lutas internas que estão atrás de nossos estados de insatisfação.
Nossa compaixão, primeiro para nós mesmos, e, em seguida, para outros, é o bálsamo curativo que precisamos abraçar.
O alimento do Clã das Cicatrizes
“Há oceanos de lágrimas que as mulheres nunca choraram porque foram educadas a carregar para a sepultura os segredos da mãe, do pai, dos homens, da sociedade, e até os seus próprios (p.439)”.
Esta frase é de Clarissa Pinkola Estés do livro “Mulheres que Correm com os Lobos”.
O capítulo “Marcas de combate: A participação no clã das cicatrizes” nos revela que muitas lágrimas não choradas e histórias pessoais de mulheres que guardam segredos associados à vergonha são o alimento para o Clã das Cicatrizes.
Há mulheres que guardam segredos uma vida inteira.
Segredos relacionados com a liberdade feminina, com a transgressão de regras de conduta sociais, morais, religião, entre tantas, afastando-as da sua natureza instintiva.
A mulher que vive segundo a sua natureza instintiva é uma mulher mais livre e alegre comparativamente com a mulher que carrega consigo um universo de histórias secretas que giram em torno de situações de vergonha.
Clarissa nos traz a luz da consciência que, uma mulher que vive com receio de ser considerada indesejável, se priva de seus direitos, e com certeza será ser alvo de violência.
Muitas de nós acabamos por colocar estes “pequenos segredos” para debaixo do tapete, fingindo que não estão lá e que poderão se dissolver no tempo…mas, não acontece…a fatura surge um dia e pode manifestar-se sobe a forma de uma doença física, mental ou outra forma de desequilíbrio em nossas vidas.
Escondemos em nossa teia feminina pessoal muitos segredos, e alimentamos o Clã das Cicatrizes, referentes a:
- Traição
- Amor proibido
- Amor não correspondido
- Desejos e anseios reprováveis,
- Gravidezes não planeadas
- Interesses sexuais e estilos de vida pouco recomendáveis
- Ciúmes
- Rejeição
- Promessas quebradas
- Maus-tratos
- Negligência
- Abusos sexuais, psicológicos e tantos outros
Reverberando o Clã das Cicatrizes
Ao manter estes segredos só para si, a mulher perde a ligação consigo mesma e perde a oportunidade de aprender, de compreender o papel que teve nesta “tragédia” e tomar consciência das qualidades que a ajudaram a resistir.
Naturalmente que este processo de aprendizagem vem sempre acompanhado de alguma dor e sensatez….tocar na ferida, tocar na cicatriz, dói… dói muito mas, uma vez superado o processo, o espirito selvagem vence e a mulher poderá ser livre das próprias amarras que criou dentro de si.
Guardar segredos poderá te afastar do que o mundo pode te oferecer, a oferta do amor, da segurança, da proteção, da oportunidade de expressar sua potência.
Segundo Clarissa: “Onde há um segredo relacionado com a vergonha, há sempre uma zona morta na psique da mulher (p.443)”.
E você? Que segredos mantem que a impedem de expressar sua alma livre e selvagem?
O caminho da libertação
Não te digo que será fácil o caminho da libertação, mas ele só será alcançado quando houver a compaixão.
Resistir a compaixão é paralisar nossa verdadeira natureza divina, e continuar a brincar de esconde com nós mesmas, entre o que somos e o que devemos ser para sermos aceitas!
Há quatro áreas em que tendem a ficar presas por nossos gatilhos e nos mantem presas no Clã das Cicatrizes:
1) dificuldade em se render à nossa sabedoria interna, a nossa xamã, nossa parte mais divina,
2) a possibilidade de aceitar como as coisas são como são, o de enxergar verdadeiramente o que vemos sem véus,
3) ter uma relação saudável e um relacionamento com nossos desejos mais fortes,
4) a vontade de se comprometer com o nosso verdadeiro propósito de estar aqui, nossas expressões de alegria e amor.
E que assim, hoje, você tenha um momento de seu dia para olhar com carinho a si mesma e possa cuidar com muito afeto de algumas dessas feridas.
Que você possa mergulhar na sanação de suas feridas sagradas e que hoje possa empunhar seu manto das cicatrizes como a força motriz que a te trouxe ao momento presente para ser a Mulher que deseja Ser.
Luz e Amor
Tamaris Fontanella
Divina Joia do Lótus
Fazei de mim instrumento de Tua Compaixão
Que vossa Divina Misericórdia
Resplandeça em meu coração hoje e sempre.
Eu reverencio minha Divina Compaixão
Que flua em meu coração na forma Da Divina e Eterna Canção:
“OM MANI PADME HUM”
“OM MANI PADME HUM”
“OM MANI PADME HUM”
OM, OM, OM
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