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Codependência nas relações: A Culpa é da Deusa Hera!

A sua codependência nas relações, a submissão e a rejeição é culpa da Deusa Hera!

Foi brincando (seriamente) com essa chamada, e trazendo a defesa do Deslocamento, que eu te convidei para o Café com Tata Yaga de hoje.

O casamento de Hera e Zeus representa a derrota do culto matrifocal e a implantação dos conceitos patriarcais em nossas relações humanas.

Até nos dias de hoje, a violência contra as mulheres é atribuída ao comportamento errado, omisso, devasso, rebelde, fútil ou carente das mulheres: a codependência nas relações.

 

No Café com Tata Yaga você vai mergulhar no conhecimento mítico da Deusa Hera, entender algumas feridas sagradas das relações de hoje em dia, e claro adquirir Inteligência Emocional para ter mais consciência sobre a codependência nas relações e curtir com mais prazer sua vida!

O tal mecanismo de defesa

Nós temos um feio costume de lançar aos outros a culpa de nossas dores e desencontros na vida. 

E como mulheres despertas, sabidas que a inserção dos comportamentos patriarcais nos afeta, podemos muito bem culpar Dona Deusa Hera pelas dores que vamos abordar hoje.

E esse Deslocamento acontece logo após o Recalque (outro mecanismo de defesa psíquica). 

O Recalque (repressão ou recalcamento), um conceito da psicanálise, nasce do conflito entre as exigências do Id e a censura do Superego.  Assim, é o mecanismo que impede que os impulsos que causam ameaças, desejos, pensamentos e sentimentos dolorosos cheguem à consciência.

Ao te salvar do recalque vai ser necessário imputar ou descarregar o conflito de alguma forma, e aí acontece o Deslocamento.

 

O Deslocamento é proveniente de quando os sentimentos e emoções (geralmente a raiva) são projetados para longe da pessoa que é o alvo (aqui você mesma) e, de forma geral, para uma vítima mais inofensiva. Ou seja, o objetivo é mudar os sentimentos da sua fonte provocadora de ansiedade original, para quem você percebe ser menos provável de lhe causar mal fica mais fácil seguir em frente.

Aqui a culpada pela codependência de nossas relações será a Deusa Hera (que também vai nos ajudar a sair dessa!)

A Deusa das relações: Hera

Hera, uma das mais antigas e poderosas deusas do mundo mediterrâneo, nos primórdios reinava sozinha e sem consorte, verdadeira herdeira da tradição da Grande Mãe.

Uma deusa antiga que tem templos, imagens e construções datadas desde 800a.C (Samos e Argos), ofertas primitivas de sítios tão distantes no Egito, Babilônia e Síria, uma estátua em Olímpia onde está sentada com Zeus de pé ao seu lado, e reverenciada por diversos cultos disseminados por toda a Grécia.

 

No entanto, poetas e historiadores no período helenístico e clássico lhe atribuíram um papel de menor importância, descrevendo-a como a esposa ciumenta e vingativa, uma deusa insegura, cruel e injusta, padroeira do casamento e da fidelidade, que ela respeitava e cumpria apesar do alto preço a pagar.

Os mitos que relatam o casamento entre Zeus e Hera o simbolizam fortemente como a passagem conflituosa das culturas matriarcais para patriarcais, as feridas do processo de tomada aos lugares santos da energia feminina que refletem traumas em nossa sociedade até os dias de hoje.

Hera é uma das mais poderosas deidades femininas, representa toda a sabedoria feminina, a fertilidade da terra e como Rainha dos Deuses é a defensora das mulheres e protetora de todos os estágios da vida feminina.

O mito da união de Zeus e Hera relata que a celebração do casamento durou 300 anos e em seguida o casal divino foi morar no monte Olimpo, onde Hera passou a dividir o trono com Zeus e ser a única deusa casada.

 

Seria a união perfeita entre as energias masculinas e femininas, o casamento sagrado, porém ocorreram brigas perpétuas por causas das traições de Zeus, momentos de vinganças de Hera, humilhações e disputas recíprocas, e claro a energética da  codependência nas relações

Zeus era um deus todo-poderoso, com comportamento tipicamente patriarcal, adúltero e dominador, que violentava deusas, ninfas e mortais e se gabava das suas conquistas e dos filhos ilegítimos.

Hera aparece nos mitos clássicos e poemas homéricos como a consorte dependente e fiel, que usa seus poderes sobrenaturais e sua astúcia para se vingar das traições conjugais, matando as amantes e os filhos bastardos sem, no entanto, confrontar ou abandonar seu marido infiel.

Assim, Hera continuou junto a Zeus negligenciando grande parte da sua expressão de ser o que nos deixou um legado da energia feminina com a visão de ser vulnerável e dependente, colocando a posição da mulher e sua participação nas decisões como algo irrelevante.

 

Deixo aqui para você um momento de reflexão: Porque ainda repetimos os padrões que a história nos entregou de Hera que nos deixa na posição de tantas feridas sagradas espelhadas em nossas relações?

Nossas relações adoecidas

A relação conjugal de Zeus e Hera tornou-se o protótipo do casamento humano, com brigas, separações e repetidas voltas (olha o sinal de codependência das relações aí!).

Hera para manter sua sanidade se retirava na solidão durante algum tempo, mas voltava após a renovação da sua “virgindade” ao se banhar na fonte sagrada de Kanathos. Como tantas mulheres que voltam para sua relação tentando limpar-se das dores que lhe foram causadas, renascendo e acreditando que tudo vai mudar.

 

Em troca da sua fidelidade Hera esperava a mesma conduta do seu cônjuge e sua decepção se manifestou na amargura, ciúme obsessivo, raiva e vingança, bem como na projeção da sua libido reprimida e manifestada pela licenciosidade de Zeus. Como tantas mulheres que aceitam o seu destino e como sua escolha fosse a única opção de se relacionar e amar.

Codependência nas relações

A sua dependência, submissão e rejeição é uma codependência.

A Codependência se desenvolve e se enraíza quando as necessidades físicas e emocionais da não são satisfeitas de uma maneira adequada, o self autêntico vai construindo as etapas evolutivas com o apoio de um eu subordinado que desenvolve papéis que lhe permitem superar as experiências problemáticas, e que para sobreviver, lhe incitam a aprender a servir aos demais, descuidando-se de si mesmo.

Para suprir o que é problemático desenvolvemos como busca de uma segurança deslocar nossas obrigações e suprir nossas carências nos aliando a outra pessoa (ou outras). E essa aliança tem como objetivo fazer com que as pessoas façam o que queiramos que façam ou o que achamos que devem fazer.

 

Essa é a ilusão, pois não se pode mudar as pessoas. No desfecho, as pessoas que nos aliamos fazem o que desejam fazer, e isso se volta para nós de forma prejudicial e errada: só nos colando cada vez mais imersas nas situações problemáticas que queríamos sair.

A transformação de Hera

O maior desgosto de Hera é a de não ser correspondida e se tornar refém do amor e da lealdade do “outro”, pois acredita que é apenas parte de um todo (lembra da metade da laranja, da tampa da panela ….) e não uma unidade em si.

Uma mulher que carrega a energética de Hera não deseja caminhar sozinha, sentindo-se incompleta sem um(a) companheiro(a).

Em geral é atraída por pessoas bem-sucedidas, projetando no outro o ser idealizado e fazendo dele o centro de sua vida, do qual é emocionalmente dependente. Mas quando a outra pessoa não realiza suas expectativas, essa mulher, se torna crítica e rancorosa, podendo com isto contribuir para deteriorar o relacionamento.

A mulher que está fortemente identificada com Hera pode se sentir oprimida em uma relação insatisfatória, incapacitada de se separar (libertar) e limitando muito sua vida que gira exclusivamente em torno do papel de ser a companheira perfeita.

Precisamos transformar o arquétipo distorcido patriarcal da Hera como esposa infeliz e dependente enraizado no nosso inconsciente, na cultura, literatura e ordem social vigente. Porque as relações não se minimizam só a querer casar, formar uma família e perpetuar a espécie.

Que possamos resgatar as suas raízes, sua equivalência coma Deusa Juno de Roma,  que traz em si uma maior autoridade e relevância com sua energia lunar de fertilidade da terra de uma antiga deusa mãe.

 

Para os gregos, a união perene de Hera e Zeus simbolizava a importância da manutenção do casamento. Para os romanos o casamento, lar e família tinham uma importância conjunta maior, louvando-se também a fertilidade e a maternidade como atributos divinos.

Hoje, aqui quero que sua consciência transcenda as feridas sagrads que nos foram transmitidas por Hera, pois não estou falando da tradicional concepção de família.

 

Que nosso Café com Tata Yaga de hoje,  traga para sua consciência a nova concepção de que todas as relações  te auxiliam a pertencer, a amar e te impulsionam a ser e estar cada vez mais na potência de sua alma.

Bjus de Luz

Tamaris Fontanella

Livro Mulheres Visionárias
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