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Amadurecendo a Natureza Ingênua

O amadurecimento da natureza ingênua feminina inicia quando passamos a questionar a nossa existência de ser mulher. É um mergulho necessário!

De fato nos direcionamos para a terapia quando temos um conflito ou um problema que queremos resolver. Afinal, se está tudo bem não nos preocupamos.

Inicialmente, o que queremos nos processos terapêuticos, é mudar ou sair de um padrão que estamos enredadas há muito tempo. Mas, antes de chegar a um processo terapêutico o amadurecimento já iniciou.

O que está por trás do visível?
O que faz com que aquela sombra cresça na parede?
A natureza jovem e ingênua começa a compreender que, se existe algo de secreto, se existe algo de sombrio, se existe algo de proibido, é preciso que ele seja examinado.
Clarissa Pinkola Éstes
Mulheres que correm com os Lobos

De frente a nossa natureza ingênua

Inegavelmente, somos ingênuas em todos os começos de jornadas. Vamos aprimorando nossas visões e passos no decorrer do caminho.

Por consequência, de irmos aprendendo no caminhar, por analogia chega um momento em que a ilusão, o sonho encantado, precisa tomar forma e seguir uma direção para alcançar o seu propósito. E daí­, é hora de crescer! 

Em conclusão: uma nova mulher precisa de espaço para nascer!

Com toda a certeza, o que permeia esse crescimento não é nada fácil de se vivenciar. 

Em primeiro lugar temos que deixar para trás uma mulher sonhadora, fazedora de sua realidade. Em seguida teremos que tomar rédeas de muitas de nossas limitações, quebrar paradigmas, deixar verdades absolutas para trás e dominar muitos medos.

Ainda que uma transformação ocorra pelo “querer”, ela é alimentada pela necessidade de “ter um alívio ou resultado momentâneo” e esse momento inicial se torna um paliativo, um ” amortecedor” da dor do momento do start da mudança.

Se bem que, o que começa com uma vontade de mudar, inesperadamente, te coloca em um processo de vasculhar uma nova possibilidade de ser.

Aquelas que quiserem desenvolver a consciência perseguem tudo que fica por trás do que é facilmente observável: o gorjeio invisível, a janela suja, a porta que range, uma fresta de luz por baixo da soleira. Elas perseguem esses mistérios até que a substância da questão lhes seja revelada.
Clarissa Pinkola Éstes
Mulheres que correm com os Lobos

Iniciando o amadurecimento

Por mais que a ilusão esteja presente  no início de uma jornada de amadurecimento, numa vontade de mudar oito oitenta, sabemos que milagres demoram um pouquinho para acontecer.

Lá no fundo, inegavelmente sabemos, que a única forma de crescer, e voltar-se a si mesma, e encontrar uma potência interior que direciona caminhos para seus objetivos é: encontrar a verdade interior.

Encontrar essa verdade interior é o que chamo, no processo terapêutico, de retorno ao lar. Esse retorno ao lar é o reencontro com a natureza profunda que existe em cada uma de nós e que suprimimos por inúmeros motivos.

Principalmente, aqueles motivos para sermos aceitas e amadas.

A capacidade de suportar o que se vê é a visão vital que faz com que a mulher volte a sua natureza profunda, para ali receber sustentação em todos os pensamentos, sentimentos e atos.
Clarissa Pinkola Éstes
Mulheres que correm com os Lobos

Contudo, é somente entrando em contato com nossa natureza profunda que vamos criar raízes forte para sustentar quem realmente somos, o que queremos e o que merecemos.

Procrastinamos muitas vezes esse processo, nos sabotamos inventamos mil historinhas para nos proteger de limpar nossos porões internos, de clarear nossa visão de que nosso comportamento e escolhas que fizemos não nos servem mais.

E essa etapa de ir aos trancos e barrancos é extremamente necessária. É um ciclo com a finalidade de irmos tirando as camadas da ilusão e nos permitindo revelar camadas verdadeiras de quem somos.

Enquanto nos sabotamos, como resultado, há uma parte de nós que vai ficando mais irritada com nossas fraquezas e nosso sofrimento. De certo é aí que mora a maior força para a mudança. E enfim, é chegada a hora da verdadeira transformação.

Quando uma mulher toma a decisão de abandonar o sofrimento, a mentira e a submissão.
Quando uma mulher diz, do fundo do seu coração: Chega, cheguei no meu limite.
Nem mil exércitos de ego e nem todas as armadilhas de ilusão podem pará-la na busca de sua própria verdade.
Aí­ se abrem as portas de sua própria alma e se inicia o processo de cura.
O processo que a devolverá gradualmente à  si mesma, à  sua vida real.
Clarissa Pinkola Éstes
Mulheres que correm com os Lobos

Na jornada de crescimento

A jornada de crescimento começa verdadeiramente quando você percebe que não dará conta de tudo sozinha. Há muita resistência de nossa parte a princípio.

Porém o insigth completo vem depois de dizer: Chega!

Você passa a ter a certeza de que os mecanismos que vem usando só te trazem lapsos de bem-estar, e desse modo, sempre retoma aos padrões automáticos que te levam ao sofrimento e a repetições de padrões a que está programada. Chega!

E sabe, que está tudo bem em ter tentado, só não dá mais para conduzir a vida pelo mesmo caminho, fazendo as mesmas coisas e retornando aos mesmos lugares. Chega!

Sua alma, ao reconhecer que mesmo errando muitas vezes aprendeu a resignificar e redirecionar nossa energia até onde está celebra o que foi conquistado e te leva mais longe, para vivenciar uma pulsação de vida mais íntegra e prazerosa, para aprender novas ferramentas de experienciar a vida.

Permita-se caminhar com pessoas que podem te elucidar a ver a vida de outros ângulos, de ter experiências novas, de se alimentar com novos conhecimentos e novas possibilidades de se perceber em ação no dia a dia. 

Já que amadurecer é maturar: e o tempo é a “prova de fogo” que nos ensina a ver com os olhos do coração e apreciar o que é real.

Bjus de Luz

Até Logo!

Tamaris Fontanella

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